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“Nos séculos de descrença é sempre de recear que os homens se entreguem constantemente ao acaso diário dos seus desejos e que renunciando  completamente a obter aquilo que só pode ser conquistado à custa de longos esforços, não venham a fundar nada de grandioso, pacífico e duradouro.”

Alexis Tocqueville

Da Democracia na América 

 

No contexto do politicamente correcto instituído, um político, um escritor, um jornalista, um músico que se assuma como católico, se não for "contestatário", por mais imaculadamente “democrático” que seja o seu curriculum, se não guardar a sua Fé para o âmbito estritamente privado (que no que concerne ao cristianismo é uma contradição de termos) tenderá a ser depreciado e ostracizado com epítetos de “ultramontano”, como se ostentasse lepra. 
Apesar de já terem morrido quase todos os católicos acossados pela 1ª republica e rendidos a Salazar, o seu fantasma permanecerá como rótulo discriminatório alimentando a fantasia dos robespierrezinhos que pastoreiam esta deslumbrante modernidade. Do mal, o menos: tolerada e desejosa de reconhecimento à Esquerda, resiste uma direita profana, liberal e cosmopolita (?), que quando confrontada com a dura realidade dos factos, salvo honrosas excepções, de cedência em cedência capitula, agarrada a umas quantas referências históricas e literárias, sem obra digna de nota nesta apagada e vil tristeza em que o País se dilui.
Como nos demonstram os excepcionais casos de tardio reconhecimento público, nesta ordem de razões um católico bom só é possível quando está morto. Entretanto quase quarenta anos depois do Cardeal Cerejeira a incontestável decadência da Nação acentua-se num plano cada vez mais inclinado – e a culpa desta vez não é nossa. 

 

 

A sociedade dos medíocres não perdoa a auto-estima

por Maria Teixeira Alves, em 31.01.14

O sociólogo Elísio Estanque considerou hoje (segundo o jornal I) que o aluno novo, por se encontrar num contexto desconhecido, acaba por se sujeitar às praxes, porque "ninguém quer ser a ovelha negra, ninguém quer se excluído ou ostracizado". 

Isto é muito relevante na questão das praxes (que eu defendo que devem acabar, ou em alternativa que sejam instituidas e oficializadas pelas Universidades, de maneira a serem reguladas oficialmente. Não podemos permitir poderes , hierarquias e instituições paralelas).

É preciso ter uma auto-estima inabalável para se resistir à pressão da força da maioria. É preciso não ter medo de ficar isolado e de ser ostracizado. E normalmente quem não tem medo acaba ostracizado. A sociedade dos medíocres não perdoa a auto-estima.

Mais pastoreio

por José Mendonça da Cruz, em 31.01.14

Representantes de várias faculdades acorreram a audiência com o ministro da Educação para ouvirem falar de uma nova lei que vai proibir ineficazmente nas praxes académicas aquilo que já estava proibido ineficazmente na lei geral.

Parabéns, comissões praxistas, a vossa vocação ovina foi superioremente acolhida.

Parabéns, universidades presentes, é sempre impressionante ver ceder a autonomia em troca de cobardia e silêncio.

Mais más notícias para a SicN - o desemprego voltou a baixar

por José Mendonça da Cruz, em 31.01.14

A SicNotícias noticiou hoje, às 13 horas, que as previsões do Governo falharam mais uma vez, porque os 17,7% de desempregados que Vítor Gaspar previra para Dezembro de 2013, afinal foram 15,4%. Foi mais um mês com o desemprego a baixar, mas, para a SicN, a falha nas previsões tem relevo correspondente.

É o pequeno mundo do seu director, António José Teixeira, a estreitar, a estreitar, a estreitar...

Por favor rapazes, não acordem “os mercados”

por João Távora, em 31.01.14

O legítimo despertar das aspirações eleitorais dos partidos do governo torna claro que o mais avisado será a negociação de um programa cautelar que defenda o País de más surpresas. Só ontem, no espaço de 24,00hs ouvimos falar da reposição dos feriados e de um plano para o investimento em obras públicas. 

 

 

O couce de Marco António

por João-Afonso Machado, em 30.01.14

Em recente entrevista ao Jornal das 9, na SIC, Mário Crespo interpelou o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, além do mais, sobre os incómodos e malefícios da carga fiscal. Um tema muito em voga, mesmo porque os mais afectados somos todos nós, os que não se alimentam na mangedoura do Estado. Corria a conversa animadamente quando Crespo (que não é insuportável) lembrou, a propósito da despesa pública, a Presidência da nossa honorável República ser cinco vezes mais cara do que a Chefia de Estado espanhola.

Foi onde Marco António escouceou, picado pela mosca. «As ditaduras custam sempre menos, eu prefiro uma democracia que custe dinheiro a uma ditadura barata»!

A única coisa que Marco António prefere é não pagar pela batata-palha de que se alimenta e o dispensa de saber distinguir entre ditaduras e democracias. Não fora assim não seriamos obrigados a ouvir zurros desagradáveis e muito próprios de quem, além de, desde pequenino, circular livremente dentro do Estado, nem consegue discernir a Nação acima, e a legitimidade de quem a representa. Ou então, de quem, no nervosismo dos destituidos de razão e liberdade, confunde os rigidos rituais maçónicos com a livre expressão da vontade popular.

E assim omite a incontornável verdade: manifestem os espanhois não quererem mais o Rei e veja-se se este teima em se agarrar ao lugar. A Monarquia não dança o bailarico dos esfaimados por cargos públicos. Nem dispõe de quartos traseiros para apontar aos seus rivais.

Pelo menos é o que se diz nos países nórdicos, na Holanda, na Bélgica e... em Espanha. 

A não perder

por João Távora, em 30.01.14

Para mais um almoço-debate "À Mesa do IDL", estará no próximo dia 7 de Fevereiro António Araújo, historiador e jurista (autor do Malomil, que é garantidamente um dos melhores blogs da actualidade), para uma abordagem ao tema da "A cultura de direita em Portugal". Reserve aqui seu lugar que a coisa promete!

 

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Foi a MTV que trouxe popularidade e imagem à música ligeira. Música para todos e a visão dos seus intérpretes em todos os ecrãs. Depois, lentamente, insidiosamente, os discos passaram a ser feitos para a MTV, ou seja, com quantidades crescentes, crescentemente vistosas e aceleradamente curtas de filmes, instantâneos, flashes e explosões. Por fim, o lado negro da Força ganhou: os videodiscos passaram a ser peças publicitárias nervosas, com cadências cada vez mais extremas. E a música foi despromovida a subproduto.

Todos os anos, por esta altura, a cerimónia dos Grammy consagra esta aberração.

Os Grammy de 2014 abriram com Beyoncé. Intérprete poderosa e sensual de composições totalmente olvidáveis, Beyoncé trazia uma novidade. Sentada, em exercícios de ginástica sobre uma cadeira (há quem diga «coreografia»), entoou outra inanidade, mas de forma algo nova: cantava apenas um fio minimalista da canção; mas esse fiozinho despojado ia sendo assoberbado com uma orquestração majestosa, e fumos, e jactos de luz, e estrelinhas e convulsões. Em vez da velha «wall of sound», que era do próprio corpo das canções, uma «wall» de coisa nenhuma, sensacionalista e vaporosa. As duas canções seguintes seguiram o mesmíssimo formato. Veio Katy Perry e cantou também a mera medula de uma canção, mas, novamente adornada com um pleno de «sound and fury meaning nothing». Veio depois Ella Maria, dos Lorde, e, em vez de respeitar a sua notável «Royals» seguiu a linha da moda: assumiu pose e gestualidade de deficiente motora, e cantou a espinha dorsal de «Royals» (que assassinou, de passagem) enquanto a regie a envolvia numa vaga de adornos inconsequentes.

Não era, portanto, um acaso. Era, portanto, uma tendência.

Não foi, assim, de espantar que se lhe seguisse Pink a fazer exercícios em cordas suspensas, mal cantando o que tentava cantar por estar a braços (e pernas) com duras solicitações ginásticas.

A música, essa, é que andava longíssimo, perdida, a coitadinha. Mas para fingir que não, o alinhamento trouxe de seguida, e em sucessão, dois números de voz e piano. Um, de John Legend, cujo nome só por si convida à maior desconfiança, outro, de Taylor Swift, loirinha, bonitinha e miúda popular, e ambos magnificamente medíocres e inultrapassavelmente esquecíveis.

Talvez com a intenção cavilosa de prevenir quaisquer saudades do passado, apresentou-se a incomparável banda Chicago Transit Authority que, no entanto, sujeita ao lastro de Stevie Wonder, que lhe penduraram à ilharga, pouco conseguiu produzir. E houve ainda vez para Willie Nelson e Kris Kristoferson que, como talvez também fosse desejado, demonstraram que já não devem cantar (e em público muito menos).

E de música, de música-música, de música propriamente?

De música houve pouquíssimo, embora alguma coisa.

A nostalgia de ouvir Ringo Starr; a confirmação, com Paul McCartney, de que a música dos virtuosos empalidece os modismos (e a alegria suplementar de ver a bruxa Yoko Ono dançando confrangedoramente ao som dos acordes de Paul); os magníficos Imagine Dragon, embora albardados com um dispensável Lamarr; a voz envolvente e superior da nova cantora country Kacey Musgrave (e o inesquecível metro e meio de pernas que a sustenta); a jovial impertinência dos Daft Punk e de Pharrel Williams; e - sobretudo, sobretudo - a voz original, poderosa, notável do rapper branco Macklemore, de que, felizmente, ouviremos falar muito mais, e de quem, como tudo indica e promete, teremos ainda muita música e poesia.

As coisas acabaram, portanto, e apesar de tudo, bem?

Não. A vacuidade nunca desiste. E, assim, o espectáculo não terminou sem uns minutos de insuportável Madonna, e uma cerimónia de troca pública de alianças entre umas dezenas de casais, entre eles, curiosamente, até heterossexuais.

Nos Grammy é assim. Pode a música intrometer-se brevemente, mas o natural dos Grammy logo regressa a galope: lantejolas em profusão, politicamente correcto à desfilada, fogos de artifício em barda, flashes, fumos e derisão.

 

Quando entrei na Faculdade de Direito, na Universidade Clássica de Lisboa, não vivi nem ouvi falar de praxes, nem sequer da memória delas. Vivi e ouvi falar, sim, de uma nova e emocionante fase de vida.

Os bons professores dos bons liceus costumavam, aliás, advertir os finalistas sobre os benefícios e riscos desse novo passo que iam dar. Estávamos habituados, no liceu, a ser acompanhados, guiados, repreendidos, incentivados e ajudados. Ora, tudo isso acabava com a entrada na Faculdade. A Faculdade era a admissão à vida adulta. Era o fim do pastoreio. Na Faculdade cada um trabalhava conforme o seu juízo, ambição, objectivo e capacidade. Na Faculdade o elemento do rebanho ascendia a indivíduo. Era uma transição cheia de responsabilidade e orgulho.

Parece, agora, que alguns promovem as praxes como confirmação de pertença. Omitem sempre que, a haver acesso a uma pertença, se trata de pertença à manada.

Parece, agora, que há quem defenda as praxes como exercício de solidariedade. Distorcem grosseiramente as noções, e calam sempre que o exercício convida antes ao conformismo e promove a obediência como valor absoluto.

Havia, quando entrei na Faculdade, um outro excelente exercício para quem professa os valores do colectivo e da uniformidade: era o serviço militar obrigatório. Aprendia-se a marcar passo, a seguir sem pestanejar as ordens, a cultivar o espírito de corpo, e, no fim, até havia uma guerra capaz de satisfazer os que gostam de formas de comunhão mais violentas.

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Dos dias da rádio

por João Távora, em 29.01.14

De um pequeno espólio em registos da Emissora Nacional dos anos 40 aqui partilho um trecho final de uma peça de teatro radiofónico em um acto "O Artista" de Gregoire Loclos produzido em Maio de 1948. 

 

Publicado originalmente aqui

Quando havia Academia...

por João-Afonso Machado, em 29.01.14

A dita «recepção ao caloiro» não era coisa de que se falasse então. Havia, é certo, a obvia curiosidade de conhecer os recém-chegados à Faculdade - sobretudo as recém-chegadas - e umas inofensivas ameaças sobre os horrores da colher de pau; tudo cessava quando as jovens estudantes aceitavam como protector um colega mais velho, que era o que se queria. E depois tudo se processava pacíficamente. Lá para Março, dois meses antes da Queima das Fitas, o bando - uns trinta ou quarenta, oriundos dos mais diversos cursos - juntava-se à noite na cervejaria do costume, onde permanecia mais ou menos tempo, conforme as posses. Seguiam-se as serenatas, debaixo de qualquer desses lares que acolhiam meninas estudantes de fora da cidade, entregues à vigilância das freirinhas. Ninguém via mal nisso, nem mesmo a vizinhança, cantava-se fado, dizia-se poesia e era-se prendado com cestinhos descidos das janelas por cordas, e contendo cerveja, fatias de bolos, recadinhos em papeis espetados em peluches...

É claro, no dia em que se descobriu as saliências na parede por onde alcançar o primeiro andar e foi iniciada a escalada e, de gatas pelo patamar, já havia quem entrasse nas varandas amorosamente abertas pela ala feminina da brincadeira - nada espantou a visão das luzes azuis do carro da polícia aproximando-se velozmente. Foi só o incómodo de saltar abaixo, galgar o muro do quintal e correr e dispersar pelas sucessivas esquinas da rua. A Natureza fora escrupulosamente respeitada: os guardiões da ordem pública contentaram-se com a debandada, porque também eles já tinham passado pelos vinte anos; a rapaziada talvez ainda partisse para a cantoria em outro estabelecimento congénere; as religiosas, refeitas do susto e cumprido o ralhete às suas pupilas, recolhiam à cama; e as pupilas, rezadas em silêncio as devidas pragas às religiosas, à cama se resignavam também, esperançosas no dia seguinte.

A Queima das Fitas, na primeira semana de Maio, constituiria a apoteóse, recheada de acontecimentos interessantes como o "baile de gala", a "sarau cultural" (que rendia sempre uma namorada, vá lá saber-se porquê), o "rali paper" e outras bizarrias obsoletas. Um "queimódromo" era algo de impensável e perfeitamente dispensável segundo os usos da época.

Isto dito, percebe-se o que a "praxe", de que tanto e fala, não é. Não é, minimamente, a emanação do espírito académico de sempre. Não é mais do que uma repugnante e selvática demonstração de estupidez, ordinarice e falta de graça e imaginação.

Qualquer coisa que se baralha entre a prodigalidade de estabelecimentos de ensino superior e, sinceramente, explica em muito o desemprego a que está destinada parte substancial dos estudantes que o frequentam.

No mais, associar a tragédia na Praia do Meco à "praxe", ainda assim parece absurdo e matéria apenas para vender jornais.

É um patusco

por João Távora, em 28.01.14

 

É certo que (no tempo de Salazar) as crianças na província andavam de pé descalço, mas não tinham fome.

 

Saiba aqui quem foi o autor desta e de outas pérolas. 

Modernices

por João Távora, em 28.01.14

Cartoon Pol Leurs, originalmente publicado aqui

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Sou do tempo do telex

por João Távora, em 28.01.14

Por favor senhores cientistas e engenheiros informáticos parem por uns aninhos de inventar coisas novas e "disrruptivas" que eu estou cansado de me actualizar e não tenho mais saco para ser moderno.

"Maria Moisés"

por João-Afonso Machado, em 27.01.14

Voltemos aos lugares devidos no Panteão Nacional.

Camilo Castelo Branco, esquecido no - amável e generoso - jazigo da Família Dias Fortuna, como ninguém sobre interpretar a alma das gentes do Minho, a mais genuína provincia portuguesa. A sua obra parece sem fim, quase toda ela esvoaçando sobre esta terra onde nasceu Portugal.

Em Maria Moisés (in Novelas do Minho), o retrato atinge a plenitude. Estão lá todas as classes sociais do primeiro quarto do século XIX. Está lá a violência, a intransigência que todas vitima. Dos mais ignaros aos mais poderosos. E o mesmo se diga quanto à bondade ínsita em tanta gente de tão diverso nascimento.

É corrente os seus escritos terminarem no campo aberto da fatalidade. Foi assim a sua vida. Finais felizes, despojados de ironia - muito poucos, além de Maria Moisés...

O Minho é o que é. Melhor dizendo: foi o que foi. Esperançosamente: será o que foi. Quando voltar a ser a provincia que a regra e o esquadro administrativos dissiparam em distritos, mesclaram ao sabor sabe-se lá de que interesses.

Ficam, entretanto, as memórias.

E, neste aspecto, cumpre realçar o extraordinário trabalho do Grutaca - Grupo de Teatro Amador Camiliano. Ontem, no Solar de Pouve (Lagoa, V. N. de Famalicão), inexcedivelmente, dando eco à genialidade de Camilo em falares que superam a escrita do Mestre e fazem lembrar a terminologia que ainda conheci, a comunicabilidade dos minhotos, os apartes e e os códigos desta gente entre quem nasci e vivi e agora já não revejo entre os meus contemporâneos.

Espero claro fique, não se trata de falar mal português nem manter o obscurantismo. Apenas de salvaguardar uma alma que se esvai em construções em altura e numa mescla cultural a significar nada, além da perda de identidade de um povo.

No mais, prossigamos a globalização... Com Camilo no Panteão.

Com a verdade me enganas

por Maria Teixeira Alves, em 27.01.14

 

Começo por dizer que tenho admiração intelectual por Daniel Sampaio, apesar da sua ideologia política. Não fosse esta e seria uma referência minha de pensamento. Mas esta ideologia política (de esquerda) de Daniel Sampaio não se pode ignorar, porque de certa maneira corrompe a sua inteligência, ou, se preferirem, o seu pensamento. 

Vou explicar: vi uma entrevista sua na televisão em que diz que nenhum estudo sobre a co-adopção, ou adopção gay, tem validade cientifica. Porque para existir validade cientifica teria de haver experimentação e as crianças não podem ser usadas como cobaias (cito de memória). Foi por isso intelectualmente honesto quando disse isso na entrevista. O que me alegrou porque se há uma coisa que tem de ser provada é a realidade criada socialmente. Pois parece-me evidente que a realidade que emana da natureza não precisa de ser confirmada pelo método da experimentação cientifica. Aliás, não é por acaso que a maioria dos estudos que pululam por aí pretendem demonstrar que a adopção gay é inócua ou boa para as crianças (sobretudo para as adoptáveis, uma vez que as outras não correm, em principio, esse risco).

Mas quando escreve sobre o tema põe esta verdade ao serviço da sua ideologia de  defensor da co-adopção gay. Daniel Sampaio é a favor da co-adopção e da adopção gay, apesar da falta de validade científica dos benefícios destas. Está no seu direito. Mas transforma uma verdade, a de que nenhum estudo tem validade científica, para "desmentir" os benefícios da parentalidade natural (pai e mãe) na comparação com a realidade social de existirem dois pais ou duas mães. Reparem diz que "há evidência científica a demonstrar que um casal do mesmo sexo "cuida e protege pior" uma criança a seu cargo? A resposta é clara: não".

Claro que cuidar e proteger não resumem todo o edifício da parentalidade, mas claro está, a curto prazo isso não se vê. Qualquer estudo teria de ter uma amostra representativa e durar uma vida, para se poder avaliar com rigor o impacto desta realidade social que pretende substituir a parentalidade criada pela natureza.

Daniel Sampaio é ainda a favor de uma sondagem aos portugueses em vez de um referendo, mas vai já adiantando (ou avisando) que a adopção gay é irreversível. Bom, então para quê a sondagem?

 

A tragédia

por João Távora, em 27.01.14

A tragédia da praia do Meco é achar que o problema é a praxe. É fácil dizer que uma universidade de quinta categoria atrai pessoas de quinta categoria, os piores dos quais se dedicam a praxar os outros cruelmente, que a ralé, já se sabe, praxa mais forte do que as elites. É fácil dizer que a solução é prender o dux, proibir a praxe ou encerrar as universidades.

 

 

Alexandra desvairada!

por Vasco M. Rosa, em 27.01.14

Um dos grandes equívocos do jornalismo poruguês, Alexandra Lucas Coelho, acaba de publicar no Público uma crónica sobre protestos em São Paulo por causa do Mundial de Futebol. Fica-se com a sensação de que o compromisso político da jornalista a cega definitivamente, deixando-a a balbuciar pequenos eventos, capazes de, na sua ópica, definir um problema e uma solução. Onde haja agitação de rua, do Egipto ao centro da terra de Jules Verne, ela lá está narrando o que sente e o que percepciona míope e estrabicamente. Não se dá conta do imenso e profundo equívoco em que mergulhou desligando, confundindo-o com a água quente e aprazível do seu narcisismo. O jornalismo internacional está em profunda crise em Portugal, algo que brada aos céus, se ao menos tivéssemos um. Mas com ALC atingiu o mínimo absoluto, acreditem. 

 

outro ridículo

por Vasco Lobo Xavier, em 26.01.14

 

Outro que adora cobrir-se de ridículo é António José Seguro. No seu desespero perante a realidade, resolveu desta feita deturpar deliberadamente as palavras de Passos Coelho e discursar que este andaria a vender ilusões aos portugueses. A acusação, vinda de um Seguro que anda há quase três anos a distribuir ilusões como quem pensa que os portugueses são cegos,  parece uma anedota, mas não é. Trata-se apenas de uma mentira desesperada, quando a verdade é que Passos tem dito que nada está ganho, que se tratou apenas de um bom resultado numa etapa, que está muito por fazer, que falta fazer muita coisa. Seguro só consegue cobrir-se de ridículo e ser considerado um deturpador de palavras e da realidade, para dizer o mínimo.

o ridículo

por Vasco Lobo Xavier, em 26.01.14

Ao Presidente do clube leonino há que louvar, pelo menos, a coragem de não ter medo de se cobrir de ridículo. E de o fazer invariavelmente na sequência de derrotas no campo, o que sempre dá um outro travo, um toque gourmet ao imenso ridículo da cobertura.

Desta feita, utilizou a sua última derrota para se insurgir contra o facto de duas equipas terem começado o jogo, que supostamente teria início à mesma hora que a sua equipa, uns dois ou três minutos depois.

Ele não acusa essas equipas de terem jogado mais tempo, qual episódio do Calabote, mas apenas de terem começado uns dois minutitos depois. E depois? Será assim tão grave? Os jogos foram diferentes por causa dessa insignificância? Não. A questão não tem qualquer relevância, não tem interesse algum, não releva para nada a não ser revelar mau perdedor, como se ainda não soubéssemos.

Para que todo ele ficasse bem coberto de ridículo, ainda foi vociferar contra a grande penalidade, que foi bem evidente para todos.

E agora, depois da dupla cobertura, cereja no topo: parece que foi queixar-se, pretendendo ganhar na secretaria. Ou perder outra vez e levar uma terceira camada de ridículo. É que, a avaliar como a liga tratou esta semana a violação das regras no caso Benfica/Belenenses com o Gil Vicente, o máximo a que o Presidente leonino terá direito serão umas palmadinhas nas costas, um “desculpa lá, pá” e um “passe muito bem, sempre a considerá-lo”.

 

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