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Quadratura dos argumentos

por Maria Teixeira Alves, em 31.10.13

Pacheco Pereira critica o guião da reforma do Estado, dizendo que é vazio, que não tem nada, não tem medidas concretas, que é vago, cheio de sound bytes. O que na verdade também se pode dizer da crítica de Pacheco Pereira ao documento. É uma crítica vazia, sem ser construtiva, sem apontar motivos, sem concretizar as medidas que critica e porquê, limitou-se a ler com tom de chacota frases soltas. Não há ali uma crítica inteligente, há aquela manha de procurar incoerências aqui e ali. Bem lhe disse o António Lobo Xavier, "Isso que está a ler não é a reforma, isso é o Estado da Arte. Assim é fácil criticar qualquer documento".

 

Expulsaram 400 pessoas do PSD e deixaram o Pacheco Pereira? (Isto é apenas uma gracinha).



Mas o grande topete vem de António Costa, que faz um discurso redondo a criticar o documento de uma maneira airosa, sem grandes argumentos, mas acaba o discurso a elogiar Paulo Portas. O que levou Carlos Andrade a lhe perguntar imediatamente se o CDS-PP podia ser um bom aliado de governo do PS. António Costa, apesar da pele morena, até corou (apanhado)!

A inimputabilidade, primeiro; a negação, agora

por José Mendonça da Cruz, em 31.10.13

Foi muito esclarecedor do desespero da esquerda o debate parlamentar desta tarde sobre o Orçamento de Estado para 2014. Manuel Tiago alucinou os futuros sombrios que o PCP considera que lhe facilitam a mobilização; uma deputada do Bloco insistiu para que a ministra «admita aqui» que as coisas vão correr segundo a peculiar interpretação que o BE faz delas; e o PS, veio pela voz de João Galamba e Pedro Duarte, defender mais uma vez que a política de Sócrates era excelente e que é com gastos públicos que se faz o país crescer. Tudo isto é o costume. O que não é habitual é que todos os oradores da esquerda ignoraram deliberada e ostensivamente os múltiplos indicadores que já desmentiram as suas teses. Mantiveram, contra o Banco de Portugal e o INE, que estamos em recessão; invocaram o maior crescimento da Europa em comparação com Portugal, quando o que acontece é exactamente o contrário; falaram do aumento do desemprego, que está a recuar; esqueceram o saldo primário positivo que permite pagar a dívida; mentiram sobre as exportações que continuam a aumentar. E, evidentemente, continuaram a reclamar contra cortes na despesa do mesmo passo que protestam contra o aumento da dívida (são gente peculiar).

Eduardo Cabrita fez uma intervenção final exaltada baseada em inexactidões -- mas em Eduardo Cabrita compreende-se: desde a sua participação entusiasta na manobra dos Magalhães, a presente seriedade deve ser-lhe difícil de suportar. Quanto a Seguro, além de não ter resposta para as questões essenciais da reforma do estado, disse, de início, alguns disparates confrangedores que Passos Coelho logo corrigiu com indignação -- mas Seguro é assim. Pelo meio, a «repórter» da Sic na Assembleia, Anabela Neves, fez alguns comentários e ligações supostamente irónicos, ressentidamente parciais e absolutamente despiciendos.

Afinal, os tempos não estão fáceis para quem acha que quanto pior melhor.

Notícia do Professor Bambo

por João-Afonso Machado, em 31.10.13

Senegalês, a Portugal arribou há cerca de 10 anos. Era visto em tudo quanto cheirasse a jornal, e creio mesmo não lhe foi recusado um programazito nas televisões da madrugada. Gordo, barretina na cabeça, negro como um tição embrulhado em balandrau branco. Todos se lembram - do Professor Bambo.

Um artista da estirpe dos Karamba ou dos Fofana.

Mas, de há tempos a esta parte, desapareceu completamente. Sobretudo da publicidade tablóide, onde ocupava anúncios opulentos, espampanantes. Indicando múltiplos contactos telefónicos e consultórios de Melgaço até Faro.

Agora soube-se o que aconteceu. O Professor Bambo foi acusado de uma colecção de crimes de extorsão ou coacção e julgado no Porto. Mais precisamente por, após as suas consultas salvifícas custando a insignificãncia de 40 euros, vir sugar, por meios tremendos de atemorização, verbas exorbitantes e ruinosas aos seus clientes.

Tudo indica ser-lhe-á suspensa a execução da pena em que irá condenado. Mas a Magistrada do Ministério Público endereçou-lhe uma salutar recomendação, aliás em forma curiosa e dignamente expressa: «deixe este País empobrecido. Já nada temos para lhe oferecer»!

Ainda assim, a publicidade dos jornais continua a ser elucidativa: naquelas páginas a quadradinhos coloridos e desbundados, num cantinho mais recatado, a horda dos videntes surge invencível. Alguns anónimos, cautelosamente contactáveis por telemóvel apenas; outros fazendo reclame às claras: o Mestre Sila, os Professores Mumiro, Soriba, Conte e Suaré.

(Este último, em especial, assusta decuplicadamente...).

E se os governantes querem legislar para além do Orçamento e premencias quejandas, porque não atentar neste género de baratas a parasitarem quantos apartamentos Portugal fora?

Foram implementadas reformas estruturais em várias áreas

por Maria Teixeira Alves, em 31.10.13

*Espero que se consiga ler

 

Apresentação do Vice-Governador do Banco de Portugal, Pedro Duarte Neves

OE 2014?! Não, a agenda é a reforma do Estado

por José Mendonça da Cruz, em 31.10.13

Temos então os seguintes e felizes eventos:

a) que, afinal, o guião para a reforma do Estado não é -- como muitos desejavam -- um mero enunciado de intenções pias, mas sim um programa com medidas concretas e, sobretudo, coerentes;

b) que esse guião foi apresentado num tom de claro apelo à concertação;

c) e que, por tudo isso, não há outro assunto na agenda política.

É muito divertido observar os resultados. Primeiro, a inteira perplexidade do PS, que não conseguiu hoje, no debate parlamentar, articular uma ideia sobre o tema (o que, em termos optimistas, talvez queira dizer que compreende que não pode ficar à margem). Segundo, a reacção ressentida dos pivôs televisivos mais dependentes do Rato, que vão recheando de reservas e menorizações cada notícia sobre o guião da reforma, porque foi apresentado «ao fim de dois anos, por fim», ou porque tem «pouco mais de 100 páginas», como se isso fosse esclarecedor ou decisivo -- sem, no entanto, criticarem abertamente o guião, visto que o PS não lhes disse o que dizer, ainda. E, terceiro, a reacção previsível da Fenprof do arcaico Nogueira, que considera que incentivar professores a tornarem-se proprietários de escolas é o mesmo que «livrar-se» deles -- uma indicação preciosa de que Nogueira entendeu que tal medida liberta os professores dele, velho Nogueira.

Ou seja, este guião era necessário, exige atenção (quem, com boa razão, não queira ficar-se pelas «impressões» teleguiadas da Sic pode ler o documento aqui) e o governo está a fazer política.

Unicamente por amor

por João Távora, em 31.10.13

Este fabuloso senhor "qualquer coisa Colonel", partilha diariamente no Youtube vídeos (filmados aparentemente com uma câmara que usa na testa) de discos antigos a tocar num gramofone e cenário absolutamente indescritíveis... o facto é que há dois anos para cá ohomem, fanático por gramofones, vem granjeando imenso sucesso com esta receita: para cima de dois milhares de clips já contam 1 073 478 visualizações sempre com o mesmo plano e umas piadinhas de circunstância ao estilo vitoriano. Agora chamem-me maluco a mim.

 

A bem ou a mal

por João Távora, em 31.10.13

Um ruidoso coro de protestos se levanta vindo dos camarotes regimentais sempre que o é aflorado tema de reforma do Estado e as suas funções sociais. No entanto, uma coisa é certa: durante os próximos anos será impossível evitar uma profunda e dolorosa revolução. De forma ordenada ou caótica, a bem ou a mal.

Fascismo Higiénico

por Vasco Mina, em 31.10.13

O Deputado João Almeida considerou, na sua página do FaceBook, tratar-se de “fascismo higiénico” a proposta da ministra Assunção Cristas de limitar o número de animais domésticos. Sobre o conteúdo desta intenção governamental já o José Mendonça da Cruz escreveu um notável post , aqui no Corta-Fitas, nada tendo eu a acrescentar a tão certeiro texto. O que eu tenho dificuldade em entender é a total desarticulação entre o referido Deputado e a Ministra em questão. Esta vem agora afirmar “não há nenhuma lei aprovada e ainda não foi sequer discutido nada a nível político”. Infelizmente, mais um caso de poeira política e a lembrar aquela velha máxima política dos idos anos 70: “Fascismo Nunca Mais!”

O Guião de um filme sem realizador

por Maria Teixeira Alves, em 30.10.13

Paulo Portas, nos seus discursos tem o dom de tornar simples o complexo. Mas esse seu dom é paradoxalmente o que transforma os seus discursos uma mão cheia de pouco.
Uma coisa é preciso dizer. É difícil não concordar com todas as medidas da reforma do Estado apresentadas. Mas apesar de tudo é mais fácil elaborar este documento de 112 páginas do que executar.

 

Do guião da reforma do Estado resulta essencialmente que não é possível reformar o Estado sem um consenso. E eu não acredito em consensos na sociedade portuguesa. Acredito que a alteração da Constituição só será possível se for o PS a propô-la, quando for Governo, e não tiver outra alternativa. Porque a Direita é mais responsável, mesmo quando está na oposição.

 

O Vice-Primeiro Ministro anuncia que é preciso reformar e chama a atenção que "reformar não é cortar. Cortar é reduzir; reformar é melhorar. Cortar é cumprir metas; reformar é mudar modelos". Logo depois deste sound-byte elenca uma série de medidas que são necessárias, mas que não se podem aplicar a curto prazo. São precisas duas legislaturas mais e um consenso político para a sua completa aplicação. O que faz deste guião uma bonita cartilha para mais tarde recordar, aos partidos que hoje estão na oposição, que a Direita tentou endireitar o país.

 

Lembro-me que Pedro Passos Coelho chegou ao Governo com a consciência de que não é possível equilibrar as contas públicas sem um corte estrutural na despesa, e que este só se pode fazer mudando a Constituição. Essa convicção não era disparatada e este guião assim o demonstra.

O documento do Governo é uma proposta aberta. Porque o futuro do Estado interessa a todos. Porque várias das reformas aqui elencadas, excedem o tempo desta legislatura, disse o Vice-Primeiro Ministro Paulo Portas. É precisamente aí que surge o busílis da questão. A necessidade de consenso num país que até hoje resume tudo à luta de classes.

 

O que é proposto então neste guião?
Desde logo propôs que a regra de ouro (que aponta para o equilíbrio orçamental) pudesse estar incluída na lei fundamental do país, ou seja a Constituição. Paulo Portas anunciou que a introdução de limites ao défice e à dívida devem estar definidos constitucionalmente, com as necessárias sanções em caso de incumprimento. Isto logo após o Programa de Assistência Financeira. Parece-me uma boa ideia. Mas isto exige uma maioria de dois terços, logo um consenso entre partidos, o que me parece uma miragem no espectro político nacional.

 

O Governo quer flexibilizar o vínculo de funcionários públicos, com a possibilidade de existir trabalho a tempo parcial, reforma a tempo parcial e rescisões com mútuo acordo, mas baseada numa atitude "gradualista, prudente e de adesão voluntária". Paulo Portas afirmou igualmente que a administração pública terá de ter menos funcionários, porque Portugal não pode sustentar o actual universo. Como não concordar com isto? Disse também Paulo Portasque as receitas conjuntas provenientes do IRC e IRS, exceptuando os que têm origem nos descontos dos funcionários públicos, "não chegam senão para pagar 90% da folha salarial do Estado". Um Estado "moderno" terá menos funcionários, mas – acrescentou – idealmente melhor remunerados para que possa atrair e fixar competências. Mais uma vez concordo, mas... e consegue-se pôr em prática?
A redução da factura suportada pelos contribuintes com o Estado permitirá moderar a carga fiscal e acelerar o crescimento económico. Ou seja, com esta redução dos encargos com a massa salarial da Administração Pública, o Governo quer moderar a carga fiscal no país. Ou seja baixar os impostos. Conclusão, enquanto isto não for feito, os impostos vão continuar altíssimos. Logo vão continuar altíssimos, suspeito.

 

Saliente-se que "uma comissão de reforma do IRS vai avaliar a penalização do trabalho no sistema fiscal e a necessidade de favorecer a família, até pelas circunstâncias demográficas do país", considera o Governo. A reforma do IRS, deverá entrar em vigor em 2015. Bom timing! Mais vale tarde que nunca.

 

É necessário "avaliar as funções do Estado". Concordo. Concessão de serviços e bens e gestão pela comunidade de alguns serviços são opções em cima da mesa na discussão política que se vai seguir a esta apresentação.
O Governo quer, por exemplo, descentralizar as competências do Ministério da Educação e entregar a propriedade e gestão das escolas a professores e a concessão de escolas do básico às autarquias. O Governo quer criar "em breve" as escolas independentes. Ou seja, são escolas que vão ser entregues aos professores (em grupo ou a nível individual) através de concurso.

Além disso, o Governo quer avançar em breve com um projecto-piloto para aplicar o chamado cheque-ensino, que financia o aluno que escolha frequentar uma escola privada. Medida que, diz o documento, dá "mais liberdade de escolha das famílias sobre a escola que querem para os seus filhos".
Boa ideia, espera-se pela breve execução.

 

O Governo quer a agregação de municípios, como forma de continuação da reforma administrativa do território iniciada com as freguesias. Boa ideia, mas difícil de implementar por causa dos interesses partidários. Esta fusão dos municípios já fazia parte do memorando da troika, mas a politiquice travou-a.

 

Paulo Portas salientou a necessidade de reformar o sistema da Segurança Social, todos concordamos. O número dois do governo disse e bem que vai ser preciso rever os critérios para o cálculo das reformas, argumentando que, neste momento, o Estado recebe anualmente 4.600 milhões de euros em contribuições para o sistema quando tem de pagar 9.000 milhões de pensões, sendo que esse desequilíbrio tenderá a agravar-se com o envelhecimento da população cruzado com a baixa natalidade (promover a política de natalidade a acabar com as políticas anti-vida, era um bom começo).
As reformas da Segurança Social só se podem fazer "em ciclo de crescimento" disse Paulo Portas. Assim, essa reforma só avançará quando o crescimento atingir 2%. Nas medidas que poderão ser adoptadas, o plafonamento das contribuições poderá avançar (com a possibilidade de complementar com contribuições para sistemas privados), com vontade expressa dos trabalhadores e apenas a partir de certos rendimentos. "É uma reforma moderada e gradualista", afirma Paulo Portas, que sublinhou que as "pensões mínimas e rurais têm de ser actualizadas".

Muito bem, mas mais uma vez só se faz lá para as calendas, só quando o PIB crescer 2%, e primeiro ainda é preciso que o PIB cresça.

 

O Guião para a Reforma do Estado parece aproveitar a ideia de Fernando Ulrich de empregar desempregados que recebem subsídio de desemprego: "As empresas que contratem desempregados poderão receber, total ou parcialmente, o valor remanescente do subsídio de desemprego daquela pessoa". Óptima ideia.

O Governo quer rever procedimentos exigidos às empresas, eliminar um terço das intervenções regulamentares e burocráticas, reduzir prazos de avaliação e eliminar legislação obsoleta estão entre as medidas. Será um "Estado pós-burocrático". O País ideal sem dúvida.

 

E o Tribunal Constitucional já deu a sua sentença sobre este guião? Não será melhor que o diálogo aos partidos, aos parceiros sociais, que o Governo propõe, se estenda também os juízes do Tribunal Constitucional?

 

À nossa moda

por João-Afonso Machado, em 30.10.13

Insisto: não nos desmerecemos mutuamente, governantes, Imprensa, cidadãos. Começando pelo caso "casal Carrilho", onde creio já se formam as alas de enamorados - pelo caso, possivelmente, mais do que pelos personagens intervenientes. Ainda assim, com muito ajuizamento do comportamento de ambos e sentenças pesadas condenando este ou aquele. Que tal - sobretudo por uma questão de princípio - deixar a morbidez de lado, assim como os beligerantes a resolverem quietamente os seus problemas pessoais?

Depois a salvifica, e acima de todas importante, legislação sobre cães, gatos e apartamentos. A fazer lembrar aqueloutra resolução da ministra Assunção Cristas de dispensar as gravatas no Verão para poupar no ar condicionado. Que mais acrescentar? Que para poder sobraçar uma pasta devia haver uma idade abaixo da qual não?

Enfim, as apreciações de um senhor europeu, importante no futebol, sobre Cristiano Ronaldo. Suscitando uma revolta só comparável ao esbulho de Olivença... Fazendo pensar se, às vezes, Oliveira Salazar não teria razão...

A Verdadeira Crise

por Vasco Mina, em 30.10.13

 

 

 

Publicou ontem o INE as Estatísticas Demográficas relativas a 2012. O gráfico acima é bem esclarecedor da nossa realidade: o nr. de nascimentos reduz significativamente ultrapassando, para baixo, o patamar de 90.000 e é bem provável que em 2013 se ultrapasse, novamente para baixo, os 80.000. Por outro lado registaram-se 107.000 óbitos o que significa um saldo natural negativo de, aproximadamente, 18.000 .Se considerarmos também os números relativos à emigração então somos, definitivamente, cada vez menos e também mais velhos. Esta é a verdadeira crise com que nos defrontamos!

 

 

Cristas contra o liberalismo de merda

por José Mendonça da Cruz, em 30.10.13

A ministra Assunção Cristas anunciou hoje que o seu ministério tem em fase adiantada de preparação um diploma sobre a emissão doméstica de excreções. A nova legislação pretende colocar ponto final à actual situação anárquica da emissão de urina e fezes pelos residentes dos fogos, estabelecendo tectos para cada um dos comportamentos de acordo com horário, número de ocupantes do lar e número máximo de correspondentes descargas de autoclismo ou método equiparável no período entre as 19  horas e as 7 horas do dia seguinte. Fonte próxima do ministério revelou ao Corta-Fitas que o governo está a contemplar um tecto máximo de 2 descargas de urina e uma de fezes por indivíduo/fogo/noite. Pessoas cujos problemas de saúde não permitam cumprir estes limites poderão munir-se de uma licença especial para expelir urina ou fezes supranumerárias na Loja do Cidadão ou na sua Junta de Freguesia («É uma espécie de cartão do chichidadão», gracejou fonte próxima do processo). O CF soube ainda que o ministério está a contemplar entregar a responsabilidade de fiscalização do cumprimento das novas normas à ASAE, tendo em conta a experiência acumulada na análise de casas de banho públicas. Para financiar essa acção será criada uma taxa adicional sobre o consumo de água, medida por um novo tipo de contador a pagar pelo utente/emitente e que será montado obrigatoriamente nos autoclismos. A elaboração das novas regras tem contado com a participação de várias Camaras Municipais, por ser do entender deste governo que uma situação de urina e fezes regulada contribuirá fortemente para a melhoria da gestão dos esgotos e efluentes.

A Amy Winehouse francesa

por Maria Teixeira Alves, em 29.10.13

A Zaz tem uma voz que é um potentado, é a Amy Winehouse francesa.

Coleccionador de sons (2)

por João Távora, em 28.10.13

Quando no início do Século XX a indústria fonográfica florescia na forma de cilindros de cera ou de discos de goma-laca gravados em série, era comum algumas editoras de segunda categoria produzirem gravações “descritivas”, em que se reproduziam teatralmente os sons de um quadro invulgar, como a partida das tropas para a guerra ou como acontece no caso vertente, o socorro a um incêndio “interpretado” pela Empire Guards Band.

Livro de Sócrates fora do Pingo Doce

por Maria Teixeira Alves, em 28.10.13

Jerónimo Martins recusa vender livro de Sócrates

Jerónimo Martins recusa vender livro de Sócrates

Alexandre Soares dos Santos é, sem sombra de dúvida, um homem de carácter, de convicções. Não se detém no politicamente correcto.


Cuidado com os imbecis!

por José Luís Nunes Martins, em 28.10.13


Há uma quantidade de gente que dedica boa parte das suas vidas ao que julga ser um talento divino, mas que mais não é senão gritar sentenças sobre tudo quanto lhes passa à frente. Ficam para trás. Nada criam mas tudo criticam... são os imbecis.

 

Esperam para olhar as obras mas avaliam sempre os autores... claro, é muito mais fácil atacar ou elogiar o poeta do que um seu poema... a preguiça e o encanto pela superficialidade são determinantes neste tipo de atitude, pese embora a postura superior e sumptuosa com que aparecem aos olhos do mundo...

 

Pode um fracassado dar lições de sucesso? Sem a humildade de reconhecer as próprias falhas, não.

 

Há quem ajude muito. São quem faz das palavras atos de generosidade, instrumentos que visam contribuir para um bem maior... assim se tornam, tantas vezes, cocriadores das obras que admiram ao ponto de as quererem ainda (e sempre) melhores...

 

Nada escapa a um buraco negro! Trata-se de uma região do espaço que absorve tudo o que existe à sua volta, para o reduzir a nada... de onde nem a luz escapa. A imbecilidade é um problema sério. Um atentado à integridade própria e alheia.

 

É porque lhe abrimos a porta quando nos elogia que depois mais nos dói quando a maledicência se revela. Os elogios são, tantas vezes, tão injustos e imerecidos como as reprovações que chegam depois. Será importante que não nos deixemos inebriar pelos louvores, que aprendamos a distanciarmo-nos dos aplausos, para que possamos continuar o nosso trabalho sem estar perto demais dos que têm sempre mais um punhal para nos tentar atingir... dos que escolheram para si não fazer nem deixar fazer.

 

A realidade é composta por várias camadas, nas superficiais tudo se altera a cada instante, nas mais profundas a evolução é sólida e demorada. Talvez a sabedoria seja a capacidade de tocar a essência apesar dos enganos das aparências.

 

A presença e o silêncio são sempre formas excelentes de revelarmos de forma autêntica o que somos de mais belo. Assim, quando tivermos que escolher palavras para algo ou alguém que sejam as mais simples... pois que a verdade é simples e não se diz de outra forma.

 

Mais do que o artista, ficam as suas obras. Todo o homem é mais do que a soma de todas as suas realizações... somos a força e a vontade de ser e de criar o bem. O amor... que formos capazes de protagonizar.

 

Os egoísmos tendem a excluir tudo quanto não se lhes assemelha. A criação é por si só um ato de bondade e generosidade; um ato de amor... Será justo dizer-se que o que somos vai em tudo quanto produzimos. Mas, qualquer obra não revela apenas o seu autor, realiza-o.

 

A nossa vida e obras merecem sempre mais a nossa atenção, cuidado e reparo do que a vida e as obras do nosso próximo...

 

Desperdiça o seu tempo quem se põe a julgar os outros. Qualquer um de nós ganha mais, muito mais, com um gesto de amor do que com qualquer sentença... Que os julgamentos fiquem para quem consegue saber a vida toda, para quem consegue compreender os sentidos de cada gesto, para quem ama ao ponto de tudo perdoar e tem a sabedoria de ajudar a ser mais e melhor... Deus.

 

Devemos encontrar forma de nos mantermos sempre à distância dos imbecis, mas ainda é mais importante que consigamos estar bem longe da imbecilidade...

 

Quantas vezes somos nós que caímos na tentação sedutora de avaliar a superfície de tudo e de todos? Quantas vezes nos livramos do mal de criticar o que não queremos sequer conhecer? Afinal... quantas vezes os imbecis somos nós?



 

 

(publicado no jornal i - 26 de outubro de 2013)

 

ilustração de Carlos Ribeiro

Um caso raro

por José Mendonça da Cruz, em 28.10.13

Está a acontecer por aí, perante insuficientíssimo aplauso, um dos actos de representação mais extraordinários que alguma vez vi no teatro português: a encarnação de Liliane Marise por Maria João Bastos -- que não assume apenas o texto, assume a pose, os gestos, os ademanes, a voz, as expressões, a vida, a carreira e o comportamento da outra. Liliane Marise não existiria sem Maria João Bastos, mas o ponto crucial é que existe fora dela. Há muito tempo que não via tanto talento.

Da barbarie...

por João Távora, em 28.10.13

Passado o choque do desconchavo, não deveria o tema Bárbara e Carrilho transitar para o recato dos tablóides e das revistas da especialidade? 

Mil luzes

por Vasco M. Rosa, em 27.10.13
O Queen Victoria zarpou Tejo afora, deslizando ao crepúsculo sem ruído e brilhando nas mil luzes dos seus camarotes. Foi uma sorte estar ali. Ao nosso lado, o navio em pedra conhecido como Torre de Belém, imóvel há quinhentos anos. Entrar no Tejo deve ser fantástico, mas sair pelo Tejo é quase mítico!


Sócrates e a sua filosofia da História

por João-Afonso Machado, em 27.10.13

As contas são simples: a 1974 quem soma 36 anos obtem 2010. Foi um ano em que o País convulsionava e a Av. da Liberdade, em Lisboa, transbordava de gente e se dizia assistirmos, então, às maiores manifestações de sempre. Convém lembrarmos porquê e por causa de quem.

Estavamos todos à rasca. Tudo faltava e o Governo teimava tudo correr pelo melhor.

Foi isso mesmo que José Sócrtaes ainda há pouco reafirmou na televisão. Não foi?

No fundo, Catroga tem carradas de razão...

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