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Vem de norte para sul e já só quase o recordo sujo e enfeitado de plásticos na vegetação das suas margens. Dizer que se trata do rio Pelhe há de ser tão necessário quanto referir os seus congéneres que banham Lisboa, o Porto ou Coimbra. Ou outros quaisquer, mundialmente famosos. Mas este pecava do lastimável defeito de estar morto. Defuntíssimo! Pasto apenas de toda a parasitagem que ronda os cadáveres e neles se alimenta.
Agora não. Como continuar assim, de resto, atravessando ele o Parque da Deveza na cidade de V. N. de Famalicão?
Foi um trabalho aturado, quer de tratamentos residuais, quer de sensibilização das empresas e da população. Com uma avaliação constante dos níveis de impureza das suas águas. E o resultado da análise mais recente: limpas, lavadas, aptas para o mergulho.
É como se as azenhas e os moinhos houvessem ressuscitado. Da minha investigação, ribeiro acima, descobri já um pesqueiro de gordos escalos e alguns daqueles recantos mágicos onde as trutas se adivinham nas areias dos fundos ou num ziguezague entre tufos de ervas subaquáticas.
Na época própria, um curso assim vale mais do que mil praias. Apenas acreditemos em outros modos de encarar Portugal. Ou que há vida para além da crise. E da politica e dos politicos das pedras da calçada.
Evangelho segundo São João
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz»
Da Bíblia Sagrada
Cumpre-se hoje o dia do Holodomor, a "morte de fome", nome que designa o tão convenientemente esquecido genocídio de entre sete a dez milhões de ucranianos, perpetrado pelo regime soviético há, precisamente, 80 anos.
Um número imenso e, ainda assim, menos de um décimo das vítimas da barbárie comunista nos últimos cem anos, sem dúvida a ideologia que, de longe, mais mortes provocou na História da humanidade.
Nesse início dos anos 30, Moscovo procedeu à colectivização forçada da produção agrícola na Ucrânia, expropriando todas as propriedades privadas ainda existentes e deportando e exterminando os camponeses ucranianos seus possuidores – os kulaks – considerados inimigos da revolução proletária e do socialismo científico.
(a deportação)
Pouco depois, entre 1932 e 1933, e cumprindo ordens de Estaline, a GPU - a polícia política soviética de então - executa finalmente o pavoroso genocídio pela fome, confiscando todos os alimentos, cereais e as próprias sementes a milhões de agricultores, prendendo todos quantos não apresentavam sinais visíveis de subnutrição, chegando mesmo ao ponto de entrar nas casas e revolver os colchões à procura de cereais escondidos. À população era proibido procurar comida, sob pena de morte. Corpos humanos sem vida juncavam as ruas e estradas da Ucrânia.
Uma das consequências mais horrendas dessa política genocida foi o canibalismo, prática que obrigaria as próprias autoridades a divulgar cartazes onde se lia que “Comer os seus filhos é um acto de barbaridade”…
Hoje, quando os Jerónimos e outros apóstolos do comunismo exploram as dificuldades que muitas pessoas vivem com o objectivo de as instrumentalizar a favor da quimera da luta de classes, é bom lembrar o Holodomor, uma das mais medonhas concretizações do paraíso soviético.
Hoje com 100 anos de vida, Leo Marjane foi senhora de uma invulgar voz quente e amarga com que se celebrizou nos anos 30, tendo atingido o auge da carreira na França ocupada pelos alemães. Precursora do Jazz no seu país, a sua popularidade decaiu abruptamente com o fim da II Guerra, esconjurada por alegado colaboracionismo.
(...) Defendo a saída da UE pela porta grande - o melhor aluno deixa a escola! Dizemos que queremos sair porque isto está demasiado desorganizado para nós. (...) Para sair do Euro, mais vale sair da UE e ter o nosso mar por nossa conta. Só para correr com esta gente toda do nosso mar, compensava o sofrimento. O Mar é o futuro e a maior parte é nosso. Toca a andar do nosso mar. Um país fora da UE tem outro encanto até para os turistas da UE, que podem comer fruta sem ser normalizada. Podíamos ser uma espécie de nação-festa dos anos setenta com: pregões, amoladores, vendedoras de figos, loiça de barro, fruta de tamanhos variados, joaquinzinhos de verdade e sem Lei Bosman. Uma Islândia quentinha, com sol, escudo e IRC de 9%, e rebentamos com eles. Antes isso que sermos Alemanha de Leste, lândia que a Merkel nos destina. (...)
João Quadros - Jornal de Negócios
«Enquanto à inviolabilidade do chefe do estado oferece-nos expor o seguinte:
Há um cidadão a respeito do qual é permitido ao jornalista mais timorato ou mais covarde escrever quotidianamente as alusões mais aviltantes, insinuar as calúnias mais pérfidas, apontar os insultos mais profundos, sem o mínimo risco de que o agredido tente no dia imediato esbarrar a cabeça do agressor sobre o delito respectivo. Esse cidadão é o rei.
Difere singularmente da educação dos outros homens a educação dos reis constitucionais. Os outros homens desenvolvem a sua razão para acertarem com a escola de uma religião ou de uma politica; o rei cultiva a sua razão unicamente para a sujeitar à política e à religião que lhe derem.
Os outros homens criam as suas ideias para as fazerem combater e triunfar; o rei dispõe as suas do modo mais conveniente para poderem submeter-se às ideias estranhas».
(Eça de Queiroz, As Farpas, Julho de 1871).
E, no entanto, decreta a verdade histórica oficial:
- Em Monarquia seriamos todos súbditos, uns escravos, afinal;
- A liberdade de expressão de pensamento, mormente através da Imprensa: uma conquista da República;
- O Rei enchia a pança. O povo morria à fome. A educação servia para manter esse status quo;
- A Coroa impunha. Nós submetiamo-nos;
- Mário Soares e os seus antecessores e sucessores é que são bons;
- António Reis e a longa lista de maçons, passados, presentes e futuros, são e serão, sempre, uns profetas e libertários. Portugal é-lhes devedor.
Lá que Portugal é devedor, isso é...
E o nosso velho Eça ia dizendo de quem não.
Eliza Dushku daqui
O presidente Felipe Calderón afirmou querer mudar o nome oficial dos Estados Unidos do México, simplesmente para “México”.
Para aqueles que não sabem, a nossa designação oficial é um absurdo adjectivo: "república portuguesa". Não deveríamos nós seguir o exemplo e adoptar simplesmente o nome "Portugal", uma herança com novecentos anos que uns quantos intrépidos sonhadores gostariam de preservar? E se querem saber, pela minha parte também trocava a bandeira que em boa verdade é feia como o raio.
Ora aqui está um opinion maker inteligente. Uma análise imparcial, inteligente, informada, sobre a situação do médio oriente. Miguel Monjardino:
Não diga que o boi e a vaca não estavam no presépio.
Diga que o Menino Jesus não estava, que ninguém nota.
Do genial Dalai Lima
A “memória colectiva” é um peculiar conceito alimentado pelas oligarquias do regime com a tralha politicamente correcta e a espuma dos dias que anima os vencedores na sua mesquinha luta pelo poder. Curiosamente nessa “memória selectiva” os heróis e os símbolos são escolhidos criteriosamente de um cardápio ideológico com o horizonte máximo de três ou quatro gerações. Acontece que, para grande contrariedade dos “nossos senhores” não existe uma coisa dessas de “memória colectiva”; resultando os seus porfiados esforços num fenómeno de “amnésia colectiva”, um assunto afinal com que ninguém se preocupa porque, mesmo atreitos ao entretenimento e à fancaria o mais das vezes se vive apoquentado com o pão e o vinho à mesa.
No próximo dia 1 de Dezembro o calendário assinala pela última vez como Feriado Nacional o Dia da Restauração Independência, assunto que na verdade a poucos comove e cuja exumação acontecerá com o recato que inevitavelmente um Sábado impõe a uma data festiva há muitos anos ameaçada pela indiferença dum regime apátrida e sem memória. Uma terrível parábola que nos deveria afligir a todos se é que, sem darmos conta não estaremos já em profundo estertor como Nação.
Foto Instagram
Os canais TVCine passaram recentemente um documentário sobre o estado da educação que faz mais serviço público em 90 minutos do que a RTP numa semana. Chama-se «À espera do Super-Homem» e é sobre o ensino secundário nos EUA. Mas podia ser sobre Portugal.
O filme parte de várias observações no terreno: a falta de quadros formados para as necessidades do mundo contemporâneo (e porque é que tiveram que ser importados da Índia, da Coreia, do Japão, da China); o misterioso caso dos bons alunos que se transformam em maus no 3º ciclo (porque foram sendo passados no sistema, até que a sua ignorância atinge o limite); a percentagem de desistentes do ensino secundário, que ultrapassa os 50% (e, sobretudo, o que é que fez que milhares de escolas merecessem o baptismo de «fábricas de desistentes»).
O documentário analisa duas soluções, uma externa, outra interna.
A solução externa são as charter-schools, semelhantes às nossas escolas com contratos de associação, para onde se precipitam as famílias de baixos rendimentos que querem um futuro para os filhos. As candidaturas excedem largamente as vagas, pelo que a entrada é feita por sorteio público. Os alunos que entram nessas escolas, entram para o pior pesadelo do eduquês (e, portanto, para uma educação séria): altas cargas horárias, disciplina, exigência, avaliação de alunos e professores, e, em alguns casos, internato.
A solução interna, vê-a o documentário pelos olhos de Michelle Rhee, uma americana-coreana, a quem foi entregue a responsabilidade pelas escolas públicas da área da capital americana, o District of Columbia.
Michelle Rhee, que tem 46 anos, trazia ideias perigosíssimas. A primeira ideia era que os professores não têm «o direito de ensinar». Têm, sim, segundo ela, «o direito de ensinar se proporcionarem bons resultados aos alunos». O sindicato local começou logo a franzir-se, porque para os Nogueiras de qualquer país é exótico pensar que os alunos sejam a determinante.
A segunda ideia perigosa de Michelle Rhee era que não precisava de mais dinheiro. As escolas públicas da área de Washington, proclamou ela, tinham dinheiro à farta; o que se passava, dizia mais, era que depois entrava a burocracia que era suposto gerir as escolas e espatifava o dinheiro em entraves e labirintos.
A terceira ideia (um corolário da primeira) era um novo contrato para os professores. Toda a gente diz, disse ela ao sindicato, que os professores ganham mal («mal», nos EUA, é 5000 euros); pois eu proponho-vos isto: larguem o contrato de efectivos, aceitem ser avaliados, e ao fim de um ano poderão auferir, por mérito, 10 000 euros. O sindicato poderia ter levado a ideia a votos entre os seus filiados. Mas o sindicato pensou melhor: a ideia de Michelle Rhee era tão perigosa, que o melhor mesmo era nem votá-la. E optou pelo bloqueio do silêncio.
Um remate com esperança, no entanto: Michelle Rhee é hoje uma figura destacada do partido democrata, em cujas fileiras os educadores como ela estão a substituir uma classe em tempos dominante ... os professores
É uma questão política, de substância ou de criatividade?
Lembro perfeitamente os jovens professores liceais, uns exaltados da FEC-ML, a arregimentarem os alunos para o boicote de mais à noite. Lembro o cerco ao congresso do CDS no Porto e a façanha contada por esses mesmos pedagogos, na manhã seguinte, num entusiasmo de justiça e equidade, incendiados e voltados de rodas para o ar apenas os Mercedes, os Fiat 600 eram do povo, intocáveis por isso.
Lembro as hordas comunistas do PCP, da UEC, da UDP, do MRPP, da LCI, invadindo ululantes oa comícios dos partidos ditos fascistas (Morte!, Morte!), não outros senão o CDS e o PPD. Lembro a quase clandestinidade daquele e os esforços deste para se equilibrar no centro-esquerda (ele há cada uma...), a ver se um ligeiro odor socialista o poupava a maiores dissabores.
Lembro tudo o que os meus olhos olharam e os meus ouvidos ouviram, e a pétrea e ameaçadora verdade da Esquerda proclamava ao contrário, entre acusações-justificações de manobras e provocações reaccionárias a que as forças democráticas e populares assim punham cobro.
E revivo agora esses tempos de violência constante na turbamulta arrancando as pedras da calçada, arremessando-as contra a Polícia, mais uma hora de revolucionarite aguda, ali a poucos metros, embuçados, insultuosos, o que foi aquilo tudo senão agressão pura, destruição manifesta?
Revivo, por isso, esse período tenebroso nas palavras descaradas de quem nem perante as imagens televisivas se envergonha e se veda. Por fanatismo, decerto. E por ganância de quantos, mesmo participantes na festa, andam agora por esquadras e tribunais esgrimindo argumentos do mais refinado aço do oportunismo e da mentira marxista-leninista.
Ironia nestes tempos de tecnologia e falência de jornais é o poder que mantém uma manchete assertiva exposta num escaparate de quiosque.
Foto Instagram, publicado originalmente aqui
Quando estudante em Lisboa, em outro milénio, era a Casa do Minho, a noite de S. Martinho, muitas castanhas e água-pé. E os amigos, os primos, os parentes, gente de Ponte de Lima, da Barca, de Guimarães, de Braga, um abraço enorme sempre carregado de saudade da nossa terra. Quase como se fosse cá, entre castanholas e concertinas. Uma festa, uma emoção enorme, uma desgraça...
Não vai muito tempo descobri em Lisboa a Casa dos Arcos de Valdevez, vizinha da Sé. Saltei os muitos lanços de escadas, rapaziada minha, saia uma malga de tinto, - mas... os arcoenses lisbonados dormiam ainda!
Depois fui descobrindo outros nichos de identidades que se querem perdurando. Convergindo contra a maré dispersora das grandes metrópoles. A derradeira foi a Casa da Comarca da Sertã, bocado de terra portuguesa, bem portuguesa, encravada a meio caminho do território continental, onde o xisto ainda espreita por cima o cimento e o mau-gosto. E onde fui recebido de braços abertos.
Tratava-se de apresentar um livro meu. É certo, tenho raízes familiares nesse canto felizmente esquecido da multidão - e infelizmente esquecido dos portugueses que gostam, estimam e preservam Portugal. Mas, facto é, logo no primeiro instante senti-me em casa. Rodeado pelos meus. E assim não podia calar a percepção de essas - às vezes - despercebidas entidades onde no mundo das massas se reencontra a essência de cada percurso, cada destino.
Como, à margem do signo da incognitude, não saborear a proximidade dos nossos - de tudo o que é nosso: os familiares, os parceiros, os sabores, mesmo os aromas em que nascemos, crescemos e já precisamos para viver?
"O programa continua, em geral, no bom caminho, apesar do aumento dos ventos contrários. Tendo já sido alcançados muitos progressos, é necessário manter a perseverança e um forte empenhamento no momento em que se inicia a segunda metade do programa. O ajustamento externo e orçamental continua a progredir, os riscos para a estabilidade financeira foram reduzidos graças a amortecedores de capital e liquidez adequados e as reformas estruturais prosseguem a bom ritmo. Simultaneamente, o aumento do desemprego, a redução dos rendimentos e a incerteza estão a afetar desfavoravelmente a confiança, enquanto a recessão na zona euro começa a refletir-se na dinâmica das exportações. Tendo em conta as restrições ao financiamento e o elevado endividamento, o programa estabelece um equilíbrio adequado entre a necessidade de ajustamento e os custos inevitáveis do ajustamento para a atividade económica e o emprego".
(Declaração da CE, do BCE e do FMI sobre a sexta missão de avaliação em Portugal).
Acabo de ouvir o primeiro-ministro Vítor Gaspar comunicar avaliação positiva da troika, a liberação de mais uma tranche, e falar do presente e do futuro do desemprego, do novo banco de fomento e seu papel, das reformas no domínio da Justiça, da Economia, da Saúde e da Educação, da recessão deste e do próximo ano e do crescimento em 2014 e 2015, do mercado do trabalho, da segurança social, das privatizações.
Primeiro-ministro? Vítor Gaspar é o primeiro-ministro, não é?
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