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(...) PEDOFILIA é um crime hediondo quando praticado por sacerdotes católicos e o encobrimento dos autores destes actos por parte do Vaticano merece toda a condenação. Se os autores dos actos pedófilos forem políticos, e muito particularmente políticos que saibam esgrimir com perícia os redondos vocábulos, deixa de ser adequado usar o termo pedofilia. Estamos perante casos prescritos, coisas que não interessam ou, no limite, cabalas. Por fim, se for praticada por artistas, a pedofilia deixa de ser crime, tornando-se num detalhe sem relevância no percurso sempre notável do dito artista.
A vitória de Passos Coelho foi estrondosa e o estrondo mostrou-me que o PSD deixou de ser o meu partido. Depois de quase 12 anos de militância, decidi sair, não reconhecendo hoje o partido para o qual entrei. Já há muito tempo que não me identificava com as estruturas locais do PSD em Lisboa, a nível de secção e de distrital, mas a nível nacional achava que ainda valia a pena. Desde sexta-feira, quando vi que o partido, perante uma alternativa clara, preferia de forma esmagadora uma candidatura na qual não acredito, perdi a esperança de reencontrar o PSD com que me identifico. É claro que, como de costume, sou pouco prudente. Há quem me diga que esta direcção também não vai durar e que eu devia, quando muito, optar pela "suspensão" da militância. Ou que devia ficar em "oposição interna" à espera de melhores dias. Ou então esperar o que vai dar o congresso. Só que, além de não querer comportar-me como as pessoas que criticava e que hoje ganharam o partido, estou farto de esperar. Prefiro olhar com atenção para outras formas de participação cívica, da qual não abdico, como, por exemplo, organizações de defesa do património e do ambiente. E talvez algum dia ver se há possibilidades de formar um novo partido na área não-socialista, com pessoas que, tal como eu, deixaram de se identificar com os partidos que hoje existem nessa área. Ao mesmo tempo, espero estar enganado e tomara que Passos Coelho e os seus apoiantes, sobretudo se vierem a governar Portugal, sejam melhores do que eu julgo. Nunca tive gosto nenhum em viver num país mal governado.
Se os depravados crimes de uns quantos padres e a inabilidade dalguma hierarquia a lidar com o fenómeno envergonha e aflige qualquer católico que se preze, também não deverão estes consentir que os ataques dos fanáticos do costume belisquem a sua determinação na vivência duma Semana Santa de recolhimento conversão em comunhão com toda a Igreja de Pedro.
Sobre a instrumentalização destes factos, toda uma exacerbada barulheira que para aí vai em crescendo, um padre suspeito de cometer um crime é apenas um suspeito de ter cometido um crime que é padre. Como qualquer pessoa, é inocente até prova em contrário. Assim reclama-se ponderação e sentido de responsabilidade a todos os intervenientes - não venham a morrer do seu próprio veneno. De resto, com dois mil anos de perseguições, equívocos, mártires e heróis, santos e pecadores, os cristãos sabem melhor do que ninguém que a Páscoa representa antes de mais o prodígio da ressurreição.
Apesar da polémica em torno de Bento XVI, milhares de fiéis acompanharam ontem o Papa na celebração da missa do Domingo de Ramos.
Certa noite eleitoral escrevi um post de gosto duvidoso sobre um conhecido socialista.
Arrependi-me. Posso não ter consideração pelo sujeito, mas a verdade é que, por maiores que fossem os rumores ou mesmo as suspeitas sobre o seu comportamento, ele não tinha sido objecto de sentença condenatória em qualquer tribunal. E o caso não tinha que ver com ataque político, mas antes com costumes.
Por isso preferi, após sumária reflexão, alterar o sentido do post – acto que foi confundido com cobardia por alguns burros anónimos da blogosfera – de modo a não enlamear alguém que podia estar inocente.
Vem isto a propósito desta outra piada fácil que Daniel Oliveira resolveu postar no Arrastão e que não é politicamente incorrecta. Representa simplesmente uma infâmia que é a de arrastar para a lama a generalidade dos padres da Igreja apenas porque alguns deles cometeram sórdidos e miseráveis crimes contra os seres indefesos que são as crianças.
Espero sinceramente que Daniel Oliveira - cujos textos aliás aprecio, embora deles normalmente discorde - caia rapidamente em si e corrija o sentido do que injustamente escreveu sobre milhares de pessoas de bem. É que não se pode confundir a árvore com a floresta.
Tal gesto ficar-lhe-ia bem e só mostraria que tem a grandeza de alma que o seu actual post, definitivamente, compromete.
O João criou em tempos o blogue com o nome mais esquisito da nossa praça, impossível de digitar duma só vez sem desenganos: tal e qual um grande amor. Inspirado pela natureza das coisas, ele empreende agora a sua vocação expansionista, logo com duas novas colaborações Ana Anes e Ana Santiago. De visita obrigatória.
Talvez cansado da solidão e austeridade do Plomb du Cantal o Tiago Moreira Ramalho juntou-se a Bruno Vieira do Amaral e Rui Passos Rocha numa nova experiência colectiva. Boa sorte para ele e para a restante tripulação.
* Dedicado à Dra. Manuela Ferreira Leite por ocasião da sua despedida de Presidente do PSD.
Não sei se alguém consegue cobrir a passo a distância entre o Largo do Carmo e o Campo das Cebolas em menos de quinze minutos. Eu consigo, contanto que meta pela Rua dos Douradores. É que a Rua dos Douradores, não honrando o brilho do seu nome, é a mais soturna de todas as longitudinais do quadriculado da Baixa. O Sol não deve penetrá-la senão nos escassos instantes em que, do zénite, lhe aponta os raios com rigores geométricos de fio de prumo, e nem um «respiradouro» tem que a solte sobre as larguezas do Terreiro do Paço e do contíguo Tejo. Quanto aos renques de estaminés que a forram de um lado e de outro, ainda mantêm aquele aspecto de «covas de parede» de que fala Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa», murchando o entusiasmo que os retoques de modernidade dos toldos e das esplanadas poderiam suscitar no transeunte acidental. Por tudo isto, a Rua dos Douradores assombra o meu coração feminino de temores irracionais, e tem o condão de me abrir o compasso das pernas até aos limites compatíveis com o conceito de marcha. Atinjo, neste troço urbano, acelerações olímpicas. De resto, a Rua dos Douradores, quase sempre deserta, não opõe atrito ao movimento. Pelos cantos dos olhos, que levo presos à calçada, entrevejo apenas, nos seus postos de angariação de clientela, os vultos sombrios do pessoal da restauração, empunhando as ementas e acompanhando a minha progressão com a fixidez da serpente que se apresta a lançar o visco ao incauto pardal. Às vezes, abrando à passagem pela lojinha dos cavalos, a meio caminho, e desoprimo o espírito na contemplação das imagens dos garbosos lusitanos que exibe na montra. Mas logo retomo o meu ritmo. E num instante deixo a Rua dos Douradores para trás. É um enigma que semelhante «corredor» ainda sobreviva como espaço de concentração de «tendas e tavernas» - agora com acrescidas veleidades turísticas – num tempo de obsessões hedonistas e sanitárias, para as quais a luz (ou, quando muito, uma penumbra requintadamente intimista), a cor e a alegria ambiente são tão propícias à boa digestão como um Porto ou uma ginginha. Mas felizmente há estômagos de aço. E há cabeças capazes de descobrir deliciosos exotismos em cenários simplesmente tristes e escalavrados.
* Errata (30/3/2010): a escuridão que impera nas ruas estreitas da Baixa e a minha miopia dificultam-me, frequentemente, a sua identificação nas respectivas placas toponímicas. Esta, em que decorre a aventura e sobre que pende o enigma, é, afinal - como bem corrige o caro comentador JSP - a Rua dos Correeiros e não a Rua dos Douradores, situada mais a Oriente. Penitenciando-me pelo engano, acrescento já que a Rua do Correeiros faz, afinal, absoluta justiça ao seu nome, pois, como arruamento dedicado aos ofícios de correeiro e seleiro, patrocina as acelerações.
Tendo em conta a grave conjuntura que atravessa o país e o aparente esgotamento da solução socialista, a eleição de Pedro Passos Coelho como novo líder do PSD não pode ser indiferente a ninguém: são fortes as probabilidades dele vir a substituir José Sócrates ao bastante emperrado leme deste País. Não sendo plausível nos dias d'hoje que a simples força dum homem consiga per si endireitar a nossa Nau, o facto é que também ainda não se tornou clara da parte do novo líder a definição dum rumo minimamente distinto daquele que tem vindo a ser vogado nas últimas décadas. Na minha opinião, a matriz de continuidade exibida por Passos Coelho surge como um decisivo apelo à mobilização e reorganização dum espaço claro de ruptura à direita: uma bipolarização que no mínimo abre um decisivo espaço à direita, sinal que eu espero o CDS saiba interpretar. Há um país cansado da propaganda e da pouca vergonha das clientelas que constituem a havida plutocracia reinante. Uma vez mais, a simples mudança de estilo não significa o tão propalado virar de página, o “fim do regime”.
O presidente norte-americano, Barack Obama, está a pressionar o líder português, José Sócrates, para adotar medidas de combate à corrupção no país e fortalecer o sistema judicial, revelou a Casa Branca.
Outra das mensagens que Obama deixou, num encontro hoje com Sócrates, foi a necessidade de este promover o bom governo das instituições.
Obama teve um encontro com Sócrates no palácio de S. Bento, em Lisboa, durante uma visita surpresa que fez hoje a Portugal.
Esta notícia parece verdadeira mas é, infelizmente, falsa.
E, como não estamos ainda no 1.º de Abril, fica a correcção: onde está português leia-se afegão, onde se lê José Sócrates entenda-se Hamid Karzai, Lisboa e Portugal passam, respectivamente, a Cabul e Afeganistão.
A corrupção, essa, é verdadeira pois tanto existe cá como lá.
Já aqui escrevi sobre a falta de transparência que caracteriza o dispêndio do dinheiro dos contribuintes por parte dos governos socialistas.
As obras nas escolas públicas, sistematicamente adjudicadas por ajuste directo, são um expressivo exemplo de procedimentos pouco claros, violadores das regras da concorrência e objectivamente fomentadores da corrupção.
O Provedor de Justiça – talvez inspirado por ter sido presidente do Tribunal de Contas – resolveu agora desencadear uma investigação sobre os procedimentos adoptados pela Parque Escolar, a empresa responsável pelo gasto de muitos milhões de euros do nosso dinheiro sem concurso e sem transparência.
Confrontada com essa investigação - que é da PJ mas que deveria antes ser da outra PJ - a ministra da Educação, claro, não tem “conhecimento oficial”, mas não hesita em garantir, sem pestanejar, “que a empresa Parque Escolar agiu sempre e em todas as circunstâncias dentro da lei. Cumpriu estritamente a lei.” Faz lembrar o primeiro-ministro a propósito do take over socialista da TVI. Também não tinha conhecimento oficial, só oficioso…
O que pelos vistos o PS continua a não perceber (ou percebe bem demais...) é que, ou as autoridades públicas desencadeiam um combate sem quartel à corrupção – só isso bastaria provavelmente para eliminar o défice… -, ou nunca mais nos libertaremos deste ciclo da golpadazeca do ordinareco, de que falava Ernâni Lopes, em que "vale tudo para enriquecer de qualquer maneira e depressa". O caso ‘Face Oculta’ é disso apenas mais um, embora eloquente, exemplo.
Este movimento foi iniciado na Europa em 2008 numa universidade de cinema da Alemanha. O site criado pelos seus organizadores http://universitylipdub.com/ conta com mais de 30 vídeos registados, de diferentes universidades a nível mundial, essencialmente respostas-vídeo de universidades não ligadas a artes, como é o caso do ISCTE-IUL. No caso do ISCTE -IUL, o mesmo teve a participação de cerca de 250 alunos, professores e funcionários e a participação especial de David Fonseca. Foi colocado online às 23h15 de dia 15 de Março e contou com cerca de 30.000 visualizações no youtube em menos de 48 horas, 2 reportagens no jornal da noite da SIC e a presença em diversos blogs e sites na Internet. O vídeo conta ainda com diversas e relevantes menções honrosas fornecidas pelo próprio Youtube.
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Perante resposta tão fundamentada, faço minhas as ...
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