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A 12 de Agosto de 2010, a meio caminho entre o desastre de 2003 e o desastre de 2017 escrevi um post que transcrevo integralmente embora tenham de ir ao post original se quiserem ver os links citados, que não têm grande relevância (e, sendo de 2010, escusam de me acusar de ter uma atitude persecutória em relação a este governo em matéria de fogos):
Este boneco, que aliás está longe de ser bom graficamente, é a terceira vez que o publico (aqui e aqui, vale a pena ver as discussões associadas e respectivas datas). Não o vou actualizar que tenho perdido muito tempo com isto, por isso acaba em 2006, no ano em que ardeu a Galiza.
Por muitos a Galiza era apontada como um exemplo de que era possível acabar com os fogos montando um sistema de combate fortemente profissionalizada, hierarquizado, caro e assente na doutrina da supressão dos fogos nascentes. Bastaram nove dias de vento Leste (fraco, sublinho bem o fraco) para as duas províncias do litoral da Galiza arderem e aparecerem as conversas do costume sobre incendiários e sobre a sua sofisticação cada vez maior, com uma poderosa organização e baboseiras destas (os incendiários e a sua poderosa organizaram, tudo o vento levou quando mudou de direcção e os fogos foram extintos).
Gostaria de explicitar que este mapa mostra as áreas ardidas por ano (durante seis anos). Aquele azul claro é o ano de 2003, que ardeu em Portugal, mas porque Espanha não tem unidade geográfica semelhante só marginalmente foi afectada (na mesma zona que em Portugal), o que serviu que nem uma luva aos demagogos para atribuir toda a responsabilidade ao Governo incumbente (que a tem, como os outros, mas não nos termos usados na altura). Em 2003 Monchique foi afectado também mas não exactamente na mesma altura dos grandes fogos de Agosto na região centro, foi um ano aziago de coincidências. Há um verde com os grandes incêndios do Algarve em 2004, e correspondentes na Andaluzia próxima. Há um cor de laranja, que se não me engano foi 2005, onde foi ardendo ao longo do ano, menos concentrado (como parece que está a acontecer este ano) mas afecta o interior de Portugal e prolonga-se para o reino de Leão. E há uma espécie de violeta (mais fucsia) que é 2006, onde arde a Galiza e um pouco o Minho que lhe está próximo.
O conjunto é impressionante e a concentação geográfica por anos notável.
O que está aqui em causa não são os diferentes sistemas de combate em Portugal e Espanha, o que está aqui em causa é a especificidade geográfica da fachada Atlântica da Península.
Ora é exactamente ao ignorar esta especificidade e imitar os modelos espanhois (e semelhantes) de supressão total dos fogos nascentes, que funciona dentro de determinados níveis de risco sistémico de fogo, mesmo se uma vez por outra sai do controlo, sem ao mesmo tempo atacar o problema da gestão de combustíveis de forma séria (há umas faixas de contenção que nunca funcionaram porque o território são também as pessoas e as economias em que vivem, coisa que os técnicos florestais com frequência ignoram) que vamos sendo conduzidos ao desastre com fogos, sempre que, como é frequente aqui como em mais lado nenhum na Europa, as condições meteorológicas são favoráveis à progressão do fogo.
O erro político não está em não conseguir apagar os fogos. Isso é uma inevitabilidade que resulta da natureza das coisas.
O erro político está em não levar isto a sério na política do mundo rural
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